A era digital: Apropriação tecnológica e inclusão digital
No artigo anterior, vimos o conceito de Tecnologia Digital de Rede -TDR,
bem como suas partes separadas, como tecnologia, digital e rede. No
artigo de hoje, vamos dar continuidade na conceituação de termos
tecnológicos, explorando apropriação tecnológica e inclusão digital.
Bons estudos!
O processo de apropriação tecnológica vai ao encontro do
processo de inclusão digital que tem como objetivo formar cidadãos
capazes de tomar decisões e de compartilhá-las com outras pessoas, em
uma dinâmica de exercício da autoria e é definida como processo dinâmico
e provisório que se renova e aprimora na ação e na interação dos nós,
sobre e na rede de sentidos e suas interconexões. Para isso, é
necessária a apropriação crítico-reflexiva dos fenômenos sociotécnicos
numa perspectiva de contextualização sociocultural, bem como o
desenvolvimento e a manutenção das habilidades necessárias à interação
com e através deles (TEIXEIRA, 2005, p. 25).
Para que esse processo ocorra, deve haver uma
democratização do acesso acompanhada da alfabetização digital, com
vistas ao desenvolvimento da fluência
tecno-contextual, que, por meio da cultura de rede, rompe-se com
paradigmas de recepção e reprodução, instaurando uma dinâmica de criação
de cultura, cujos nós de rede devem interagir entre si, formando novas
conexões e colocando em sinergia saberes.
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a era digital |
Alfabetização digital é “uma aproximação das redes sociais
que se constituem a partir do acoplamento com máquinas de manipulação
simbólica” (MARASCHIN, 2006). Já Cultura é um conjunto de ferramentas
com técnicas e procedimentos para entender seu mundo [do indivíduo] e
lidar com ele [...]. É um modo de lidar com os problemas humanos: com as
transações humanas de todo o tipo, representadas em símbolos (BRUNER,
2001, p. 98-99).
Com esse pressuposto, a
tecnologia não é apenas um canal para se comunicar, cuja comunicação
traz o significado de ação recíproca que ocorre entre emissor e receptor
da mensagem, mas sim, faz parte do ato comunicativo, estando integrada a
ele. É uma nova maneira de aprender e agir, é construir novos alicerces
na forma de comunicar e conhecer. Com isso, a lógica da atual sociedade
consolida-se para a lógica das redes.
Essa interação mediada pela tecnologia não objetiva apenas
transmitir informações, mas também tornar essa interação
multidirecional, isto é, tem que haver tanto uma transmissão quanto uma
recepção de sentidos e significados, saberes e conhecimentos,
demonstrando um rompimento com a lógica broadcast, apesar de
ainda se estar muito preso a ela. Tal lógica é o processo pelo qual se
difunde e transmite informações de um canal de comunicação e informação
para muitos indivíduos, os quais desempenham apenas o papel de
receptores, não havendo a possibilidade de produção e troca de
mensagens, sentidos e significados.
Por esses motivos, é que o presente trabalho escolheu a
nomenclatura tecnologia digital de rede (vimos esse conceito no artigo
anterior) para se referir às tecnologias, pois atende às demandas e
exigências da era digital. Para preencher as atuais demandas, foi
realizado um estudo sobre as características da era digital, como mostra
a Figura 1:![]() |
Figura 1 - Características da Era Digital. Fonte: Primária. |
A Figura 1 demonstra que há que se refletir a respeito de
conceitos, fenômenos, lógicas e tecnologias desta era, que compreendem:
cibercultura, sendo a cultura modificada pelas tecnologias; ciberespaço,
enquanto espaço de interação e comunicação; hipertexto, como a lógica
do ciberespaço onde a hipermídia consolida-se como linguagem e suporte
de acesso simultâneo aos hipertextos e outras informações. Através da
hipermídia, processos interativos e comunicacionais se instalam,
demonstrando tecnologias que podem desempenhar um importante papel na
aprendizagem, como, por exemplo, as redes sociais.