Modelo SESI de educação é referência nacional

Ensino Médio articulado abre em outubro inscrições para processo seletivo, com a oferta de 940 vagas em 2016

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Turma do ensino médio articulado em sala de aula (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)
Turma do ensino médio articulado em sala de aula (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)

Há 15 anos, o Serviço Social da Indústria (SESI) adota um modelo educacional diferenciado no Ensino Médio, que consiste na articulação da educação básica com educação profissional. Trata-se do EBEP, metodologia implantada no ano 2000 pelo SESI Bahia e que hoje é replicada em toda Rede SESI de Educação no país, com resultados efetivos.

Igor Esquivel, 17, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Djalma Pessoa (SESI Piatã), já estava na Rede SESI quando o EBEP foi implantado. Com o testemunho de quem cumpriu toda a sua formação nas escolas do Sistema SESI na Bahia, Igor faz um balanço positivo.

“A Rede SESI é muito preparada para orientar os alunos. Como tive a oportunidade de estudar aqui desde o Ensino Fundamental, pude acompanhar toda a evolução.

No Ensino Médio, a escola oferece programas que complementam a formação, como o Conexão Mundo, além de incentivar a participação dos alunos nas olimpíadas de química, matemática e física”, conta Igor, que foi medalhista de bronze na etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Química de 2014. O Conexão Mundo é um programa de intercâmbio de inglês que a Rede SESI adota e que prevê etapas presenciais com monitores americanos e viagem aos Estados Unidos.

O estudante do ensino articulado é estimulado a encontrar soluções e a desenvolver sua capacidade de investigação e percepção do mundo que o cerca. “Buscamos formar estudantes capazes de encontrar soluções para a melhoria da sociedade e para trabalhar com a perspectiva de inovação”, destaca Cristina Andrade, diretora da Escola Djalma Pessoa e gerente do SESI Piatã, que participou da implantação do ensino articulado na Rede SESI e hoje presta, com sua equipe, consultoria sobre o modelo para todo o país.

“Sem descaracterizar o Ensino Médio, na Escola Djalma Pessoa adotamos métodos científicos que incluem a prática da investigação, da pesquisa e da ética. Com isso temos alunos que sabem se posicionar e estão aptos a contribuir quando são solicitados”, arremata Cristina.

Laboratório de Biologia é um dos 14 que a escola Djalma Pessoa dispõe para ampliar a capacidade de aprendizado dos alunos (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)
Laboratório de Biologia é um dos 14 que a escola Djalma Pessoa dispõe para ampliar a capacidade de aprendizado dos alunos (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)

Infraestrutura

A Escola Djalma Pessoa tem 1600 alunos cursando o Ensino Médio, distribuídos em 44 turmas. A cada ano são oferecidas 500 vagas para o primeiro ano, sendo 380 reservadas aos alunos da própria Rede SESI e as remanescentes abertas à comunidade. O ingresso se dá por meio de processo seletivo, cujas inscrições iniciam-se em 1º de outubro.

A escola onde surgiu o modelo de ensino Ebep é dotada de 14 laboratórios, incluindo o de robótica, onde os estudantes têm a oportunidade de se familiarizar com a tecnologia e desenvolver projetos de pesquisa nos desafios anuais do Torneio de Robótica FLL, que é organizado em todo o Brasil pelo SESI. A Bahia realiza também a seletiva regional da competição, com a participação das equipes dos estudados do Norte e Nordeste.

Atividade do Mundo SENAI, no Cimatec, onde os alunos do ensino articulado recebem preparação profissional (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)
Atividade do Mundo SENAI, no Cimatec, onde os alunos do ensino articulado recebem preparação profissional (Foto: Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB)

Ampliação

O sucesso da metodologia levou o SESI a ampliar a oferta de vagas, tanto na capital como no interior. Desde o início deste ano o ensino médio articulado passou a ser oferecido no município de Luís Eduardo Magalhães (120 vagas), no oeste da Bahia e, a partir de 2016, também será oferecido na Escola Reitor Miguel Calmon (SESI Retiro), com 240 vagas, e em Vitória da Conquista, com 120 vagas.

A projeção do SESI Bahia é sair de 1600 alunos no ensino articulado para 6 mil alunos nos próximos seis anos, informa o superintendente do SESI Bahia, Armando da Costa Neto, lembrando que para isso, o SESI adotará um processo seletivo. “Temos um currículo voltado para o mundo do trabalho, desenvolvendo, em todo o período do ensino médio, habilidades e conhecimentos específicos, com uma maior carga horária no terceiro ano e a inclusão de um quarto ano no SENAI”, detalha o superintendente.

O sucesso do modelo educacional é atestado pelo desempenho dos estudantes no mercado de trabalho com um percentual de 70% de inserção na indústria, após a conclusão do curso técnico. “É um desafio grande trabalhar com conteúdo formal e direcionar os nossos adolescentes para o mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, desenvolver neles a consciência da ética para o mundo do trabalho”.
 
“O melhor resultado do ensino médio articulado pode ser medido pela empregabilidade dos nossos egressos. Isso demonstra que eles estão sendo formados com qualidade. Mostra o sucesso dessa experiência, que nasceu aqui na Bahia e foi disseminada para todo o país”, observa Armando Neto. Na avaliação do superintendente, outros diferenciais do ensino médio do SESI são os indicadores do MEC e os resultados dos alunos da rede em atividades extraescolares, a exemplo dos torneios de robótica e olimpíadas de conhecimento, onde sempre se destacam.

A gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo, lembra que o estudante que sai do ensino médio articulado leva o diploma de conclusão do 3º ano e o diploma de curso técnico, ao concluir a formação tecnológica no 4º ano, no SENAI. ”Nós não temos dúvida do perfil diferenciado de um jovem que chega ao ensino superior após passar por uma formação técnica junto com a educação básica. Esta formação dá uma visão e uma experiência prática”, avalia.

Evasão baixa

Outro fator a ser considerado neste modelo de ensino é a baixa evasão, que não chega a 3%, um percentual considerado exitoso, se comparado com os índices nacionais e até do Estado. Em 2012, apenas 51,8% dos jovens de até 19 anos haviam concluído os anos finais da educação básica brasileira, segundo dados do IBGE. No primeiro ano do ensino médio, o índice de reprovação chega a 30%, destaca Cléssia.

“O estudante não quer chegar na escola e não encontrar significado ali, quer ver a relação do que é ensinado com o momento atual e suas reais necessidades. Uma escola organizada por ambientes de aprendizagem e planejamentos coerentes com o que ensinar, como ensinar e como avaliar estará mais próxima de melhores resultados de aprendizagem,”, complementa.

Diante dessa realidade e do sucesso do modelo articulado, o SESI está apostando na ampliação do ensino médio na sua rede na Bahia. “O Ensino Fundamental já alcançou um grau de universalização muito positivo, que está próximo ou passou dos 90%. Já o Ensino Médio está longe disso e o SESI está investindo nesta última fase da formação básica”, explica Cléssia. “É nesta etapa que o jovem está mais próximo de se inserir no mercado de trabalho e isso coincide com a demanda industrial por pessoas com qualificação de nível técnico”, justifica a gerente de educação do SESI.

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