Para economizar, 84% afirmam que vão mudar padrão de consumo

Em Alagoas, o índice de entrevistados foi de 6%

/ Tribuna Independente/ do site Tribuna Hoje

 


Uma pesquisa da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento Acrefi e TNS Brasil divulgada recentemente indicou que 84% dos consumidores pretendem reduzir ainda mais os gastos até o final de 2015 mudando o seu padrão de consumo.

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Em Alagoas, o índice de entrevistados foi baixo: apenas 6% da população foi ouvida. O maior êxito foi para os estados maiores como Pernambuco 30% e Bahia 26%. O levantamento mostrou que 92% dos consumidores brasileiros acreditam que a inflação impacta na decisão sobre novos financiamentos. A pesquisa ouviu mais de 1 mil pessoas de todas as regiões do País, com idade entre 18 e 65 anos, sendo 54% mulheres e 46% homens, e captou o comportamento da população nos primeiros meses de 2015 e perspectivas de consumo, crédito e financiamento.

Elaine Cristina, que tem três filhos menores de idade, admite que houveram reduções nas contas por conta da crise financeira que o país vive. “Agora estou dividindo tudo: TV a cabo, internet, roupas somente se precisar e cinema nem pensar. Presente de aniversário, agora só se tiver em promoção. Meus filhos estão levando lanche de casa para a escola, antes era dinheiro para lanchar na cantina, faxina duas vezes na semana e olhe lá”, frisou.

Ela completou, enfatizando que alguns gastos fixos não tiveram como serem diminuídos como, por exemplo, feira, plano de saúde e escola.

APERTO

Mara Góes também está ‘apertando os cintos’ diante da crise. Ela contou que chuveiro elétrico e ferro de passar nem pensar. “A conta está cada vez mais alta para o consumidor e a alternativa é economizar ainda mais”, disse. Mara já sentiu sua conta reduzir depois da opção de desligar aparelhos elétricos da tomada, bem como na feira, onde trocou a carne bovina por frango.
O economista Romulo Sales é enfático ao afirmar com a tendência seja que a crise perdure até o primeiro semestre de 2016. O especialista explicou a pré-disposição tendo como base o relatório Focus do Banco Central que prever uma inflação próxima de 10% ao ano.
A dica do economista é conter gastos, sobretudo aqueles com prazos longos. Ele revelou que muitos consumidores estão optando por marcas desconhecidas na realização da feira mensal para não deixar de levar o produto.
Outra sugestão é evitar gastar mais do que o necessário dentro de casa na conta de luz. “Desligar as luzes surte efeito na conta de energia, faz parte de uma das estratégias para ter ‘jogo de cintura’ e controlar os gastos”, completou.

IMPACTO DO LAZER

A grande maioria (92%) disse que a inflação impacta na decisão quanto a novos financiamentos e que já estão mudando os padrões de consumo. O lazer foi o padrão de consumo que mais teve impacto para 83% dos entrevistados, seguido de vestuário (77%), alimentação (76%), transporte (46%), saúde (40%), educação (35%) e outros (2%).

A pesquisa apontou alta de 84% ante 76%, em abril, na intenção de não fazer um financiamento em 2015.  Entretanto, aquisição de móveis (49%), carro (50%) e eletrodomésticos (20%) continua nos planos dos brasileiros. Em seguida aparece empréstimo pessoal (20%) e o crédito consignado (9%).

Para aquisição dos bens citados acima, 35% dos entrevistados buscariam como forma de financiamento o crédito automotivo, 28% optariam pelo imobiliário, 34% pelo crédito direto ao consumidor (CDC) e 23% pelo consignado.

O levantamento constatou que aumentou a proporção de consumidores com algum tipo de dívida, 68% frente a 62% em abril.  75% das pessoas declararam ter dívida de cartão de crédito, 29% de carnê/boleto, 21% de financiamento de carro, 18% de financiamento imobiliário, 15% de CDC, 3% de leasing e 3% declaram ter outros tipos de dividas.

O desemprego continua impactando no otimismo dos consumidores. Para 86% dos entrevistados, o desemprego vai aumentar nos próximos meses, ante 81% apontado no levantamento do primeiro trimestre deste ano.

Desemprego em alta reduz confiança de varejistas

A apenas três meses do Natal, a época do ano mais esperada pelos varejistas, os dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgados, nesta manhã (24), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a preocupação da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). “Os números continuam muito ruins. O desemprego segue em alta pelo oitavo mês consecutivo e, infelizmente, este ano não estamos vislumbrando um Natal com boas vendas. O consumo está freado”, comenta Honório Pinheiro, presidente da CNDL.

Atingindo o patamar de 7,6%, depois de bater 7,5% em julho, a taxa de desemprego apresentada foi a maior para o mês desde 2009. Outro índice preocupante foi o rendimento médio real habitual, que apresentou queda de 3,5%, na comparação com agosto do ano passado. “Os números refletem o cenário ruim que estamos vivenciando e os reflexos da inflação alta. Hoje temos menos trabalhadores empregados e ainda por cima com salários menores, em termos reais”, explica.

Para Pinheiro, os varejistas devem se preparar para um Natal fraco e atípico. “O Natal é a grande festa para o varejo. Estamos apenas três meses da data, época que muitas empresas já pensam nas contratações temporárias. Esse ano está bem diferente, acredito que além das vendas fracas, haverá uma grande queda em relação a essas novas vagas. Diante desse cenário, essa é a hora que o varejista precisa ser criativo e buscar diferentes alternativas de vendas”, alerta o presidente da CNDL.

MOVIMENTO

O aumento do desemprego e a baixa confiança dos consumidores, aliados à alta de juros, impactaram a atividade do comércio em setembro, segundo a Serasa. Na comparação com o mês anterior, o setor ficou estagnado.

Frente a setembro do ano passado, o movimento dos consumidores nas lojas caiu 2,6%. Já no acumulado do ano, ainda há expansão de 1,4% – mas este é o pior resultado desde 2003.

De agosto para setembro, a maior queda foi registrada no segmento de veículos, motos e peças, de 1,9%. Houve quedas ainda em tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-1,5%), material de construção (-0,4%) e supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,3%).

Na direção contrária, os segmentos de móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática e o de combustíveis e lubrificantes registraram altas de 0,6% e 0,3%, respectivamente, durante o mês de setembro.

27% temem perder empregos nos próximos meses

Quanto à manutenção do emprego, no próximo semestre, 38% dos entrevistados disseram estar seguros quanto a sua permanência, mas 27% disseram que não se sentem seguros e 36% revelaram que não estão empregados.

Aumentou significativamente a porcentagem dos consumidores que acredita que a situação financeira do País é ruim ou péssima (71%/jul), contra (66%/abr) e 37% em 2014.

Quando questionados sobre “quem você acha que é responsável por essa situação?” 72% responderam que é o Governo Federal, 61% o Congresso (Senadores e Deputados Federais) e 25% o setor privado.

Em relação a pergunta sobre a expectativa de melhora na situação econômica do País, 33% dos consumidores disseram não saber quando essa melhora virá, apenas 5% acredita em uma melhora a partir do segundo semestre deste ano, 32% espera uma melhora a partir de 2016 e 17% acredita que só sentirá melhora em 2018.

DESCONTENTES

A satisfação dos brasileiros com a vida voltou a cair em setembro, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador recuou 1,8%, na comparação com junho, para o menor nível dos últimos 16 anos – quando começou a ser calculado. Na comparação com setembro de 2014, o indicador de satisfação recuou 9,5%.

“Isso indica que a atual crise econômica está afetando a população com mais intensidade que as anteriores”, afirma a CNI em nota.

A satisfação caiu mais entre os brasileiros com renda familiar menor: para aqueles com rendimento até um salário mínimo, a queda foi de 13,5% na comparação com setembro de 2014. Já entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, o recuo foi menor, de 3,9%.

O medo do desemprego também ficou maior: a alta foi de 1,7% em relação a junho, e de 37,5% frente a setembro de 2014. Com essas elevações, o indicador alcançou 105,9.

A Ordem dos Advogados do Brasil, a Confederação Nacional da Indústria, a Confederação Nacional do Transporte, a Confederação Nacional de Saúde e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas avaliaram que o aumento da carga tributária proposto pelo governo para reequilibrar as contas públicas impede o crescimento do país.

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