Com tanta beleza e riqueza, por que Tucano permanece na contramão do desenvolvimento regional?
E talvez seja isso que falte a Tucano, uma das cidades mais antigas da região, para entrar no caminho do desenvolvimento: um olhar diferenciado para suas potencialidades. |
Formações rochosas na comunidade do Marizá |
A Record Bahia escolheu o município de Tucano, pela segunda vez em
apenas dois anos, para ser tema do programa de TV “A Bahia que a gente
gosta”. Pouquíssimas cidades tiveram esse privilégio até hoje, conta
para a reportagem do Portal Tucano a apresentadora do programa, Ana
Paula Farias.
A ideia do programa é mostrar as belezas
naturais e atrativos turísticos, além das peculiaridades e
singularidades de cada local. Descontraída, a apresentadora busca
explorar o máximo de cada personagem, a essência da história e da raiz
cultural.
Em 2013 a produção pisou nas terras
tucanenses. O foco do programa fora para as imagens mais conhecidas da
cidade, como as águas quentes e mornas de Caldas do Jorro e Jorrinho,
respectivamente, a culinária, com o famoso bode na brasa, a produção de
artefatos em couro do Tracupá e o Buraco do Vento com suas formações
rochosas e história ainda indefinida.
Desta vez, o olhar e foco das lentes
foram direcionados para outras belezas do município, desconhecidas até
mesmo para os moradores da terra. Isso não significa que os pontos mais
conhecidos turisticamente ficaram de fora, pelo contrário, mas até mesmo
a história destes locais populares foi explorada com outro olhar.
E talvez seja isso que falte a Tucano,
uma das cidades mais antigas da região, para entrar no caminho do
desenvolvimento: um olhar diferenciado para suas potencialidades. Quando
adentramos as grutas e contemplamos a beleza da Serra do Marizá, só
para exemplificar, percebemos o quão rica é a natureza tucanense e a
possibilidade de exploração turística – e sustentável – da região.
Destaco “sustentável” não à toa, mas porque, se bem pensado e feito,
todos podem ganhar: a comunidade que recepcionaria os turistas, o guia, o
transportador, o hotel, o comércio, o restaurante, o governo, e,
obviamente, tudo isso respeitando a natureza.
Ao que parece, a verdade é que ninguém
nunca olhou a cidade sob a ótica que ela merece. Ou talvez ninguém nunca
conseguiu enxergar o que ela podia oferecer. Mas a vinda da TV duas
vezes no município em tão pouco tempo, e com um olhar voltado para a
direção certa, pode – e deve – significar um começo de mudança, um sinal
de que a inércia, embora duradoura, possa, finalmente, estar chegando
ao fim.
Expressões de surpresa como “nossa, eu
jamais imaginei que pudesse encontrar isso em Tucano” ditas pela
apresentadora da Record e por tantos leitores do Portal Tucano em
reportagens especiais produzidas pelo site dão um sinal importante e
mostra um caminho que precisa ser trilhado.
A matéria prima está aí, e tem em
abundância, só precisa ser lapidada. Governo municipal, empresários,
moradores, legislativo, ONGs, cooperativas, associações… Todos precisam
se encorajar e sentir-se responsáveis por essa mudança. Uma cidade com
178 anos e com tanta beleza natural não pode colecionar para sempre o
título do insucesso e do anti-desenvolvimento. Mas é preciso maturidade.
Uma nova forma de pensar, vinda do povo. O desenvolvimento municipal
tem que se tornar o assunto de interesse coletivo, da mesa de bar, da
reunião de família, das orações e preces da igreja… E isso é pra já!
Amanhã pode ser tarde. Demais. Essa cidade não pode mais esperar.
Redação Portal Tucano
Josevaldo Campos |